Peixotinho

Peixotinho

Nasceu Francisco Peixoto Lins, mais conhecido como Peixotinho, na cidade de Pacatuba no estado do Ceará no dia 1 de fevereiro de 1905 e faleceu na cidade de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro no dia 16 de junho de 1966. Foi um médium de efeitos físicos brasileiro, ondeos espíritos não apareciam apenas para os médiuns, mas materializavam-se podendo ser vistos por todos que estavam na reunião.
Filho de Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto, embora nascido em 1905, para efeito do Registro Civil e, seu nascimento se deu em igual data do ano de 1907.
Ficando órfão de mãe em tenra idade, passou a sua infância em Fortaleza, cercado pelo afeto dos tios. Começou sua educação em um seminário, iniciando-se nessa etapa da vida com sérias dúvidas sobre a existência de Deus. Diante de temas tão distintos como o das diferenças sociais marcantes na Região Nordeste do Brasil, e do nascimento de seres anormais.
Quando tinha seus catorze anos de idade deixou o Ceará e foi para a Amazônia, à época um um reduto para um nordestinos onde passou dois anos trabalhando na extração de borracha nos seringais amazonenses. Enfretou, além da solidão, os perigos da região e a exiguidade de recursos da época.
Em 1926 mudou-se para o Rio de Janeiro, na época capital da República, para se alistar no Exército Brasileiro. Foi servir na Fortaleza de Santa Cruz da Barra.
Depois de um tempo foi transferido para a cidade de Macaé, no litoral do estado do Rio de Janeiro onde iniciou a sua prática na Doutrina Espírita, vindo a fundar, com um grupo de amigos, o Grupo Espírita Pedro. Também na cidade de Macaé, no ano de 1933, veio a constituir família, casando-se com Benedita Vieira Peixoto, carinhosamente apelidada de "Baby".
Em sua carreira como militar era constemente transferido para onde quer que fosse. Fixava residência com a família e ali fundava um posto de receituário homeopata.

Peixotinho

Assim se deu em Imbituba, Rio de Janeiro, Santos e Campos dos Goitacazes.
No ano de 1945 foi transferido de Imbituba paraa capital Rio de Janeiro, onde serviu na Fortaleza de São João. Nesta cidade reencontrou os antigos amigos, dentre os quais Antônio Alves Ferreira, velho confrade do Grupo Espírita Pedro, em Macaé, nessa época residindo no Rio. Das reuniões semanais na sua residência nasceu um culto doméstico que, em poucos meses, se transformou no Grupo Espírita André Luiz, onde a sede provisória era no sobrado do escritório de representações de Jaques Aboab, na Rua Moncorvo Filho, número 27.
No Grupo Espírita André Luiz, Peixotinho prestou os seus serviços mediúnicos. Nessa fase, enquanto residiu no Rio de Janeiro, reunia os amigos em sua residência, todos os domingos. As reuniões eram impressionantes pelas rosas e flores que caiam no rescinto vindas ninguém sabe de onde. O prpóprio André Luiz quando se fazia presente oferecia rosas de uma cor às mulheres e de outras cores aos homens, conta Alcione Peixoto, filha de Peixotinho.
Da cidade do Rio de Janeiro Peixotinho foi transferido para a cidade de Santos, São Paulo, no ano de 1948, onde passou a frequentar o Centro Espírita Ismênia de Jesus.
Naquele ano, antes de se mudar para Santos, ocorreu o seu encontro com Francisco Cândido Xavier, o primeiro de muitos outros encontros que se sucederiam. Em Pedro Leopoldo, juntamente com Chico Xavier, ocorreram várias reuniões de materialização e de tratamento.
Diversas e sussecivas sessões no Grupo André Luiz e em Pedro Leopoldo encontram-se narradas por Rafael A. Ranieri no livro "Materializações Luminosas" publicado no ano de 1973.

O Grupo Espírita Aracy

Aracy foi uma das filhas de Peixotinho, que desencarnou aos dois anos por pneumonia. Toda criança, de costume fala mamãe como suas primeiras palavras, mas Aracy falou papai. Os irmães contam que à noite quando Aracy acordava chorando, chamava papai. Peixotinho acordara a esposa "Baby" que retrucava: Está chamando você. Vai lá!
Pois bem. Aracy apanhou uma gripe e, Peixotinho, como um pai preocupado com os filhos consultou os irmãos espíritos que falaram-lhe: Entrega aos médicos da Terra. Foi quando Peixotinho sentiu no âmago que perderia a filha. Assim foi. A gripe transformou-se em pneumonia levando a criança ao desencarne. Porém, Aracy continuou acompanhando o papai. Peixotinho, apesar da asma que o molestava, costumava fumar. Porém, a coisa começou a mudar quando Peixotinho tirava um cigarro do bolso, Aracy lhe aparecia e fazendo um sinal com o dedinho em sinal negativo, levava Peixotinho a jogar o cigarro fora.
Transferido para a cidade de Campos no final do ano de 1949, iniciou seus serviços no Grupo Espírita Joana D'Arc. Pouco tempo depois, diante do crescimento da frequência ao culto doméstico que fazia com os seus familiares e amigos, nasceu o Grupo Espírita Aracy, sua guia espiritual que, na última encarnação,
fora sua filha. Ao Grupo Aracy Peixotinho dedicou os seus últimos anos de vida terrena.
Apesar de sua eficiência no receituário mediúnico, foi portador de asma, e compreendia ser essa a sua provação terrena. Apesar do sofrimento, era alegre e brincalhão,
e por muitos considerado uma criança grande. Certa vez no quartel, raspou um lado do bigode de um colega que dormia em serviço tão profundamente que sequer sentiu a façanha.
Como médium, nunca cobrou por seus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército, reformado que foi no posto de capitão. Passou um tempo economizando um dinheirinho para comprar um Fusca. Quando foi à compra, o valor do carro tinha aumentado e não deu para comprar. Comprou então uma cadeira de balanço em uma loja de móveis próxima e chegou em casa falando pra família: Aqui está o meu Fusca. Tirou carteira demotorista, mas nunca possuiu seu próprio carro.

Peixotinho

Porém, certa feita, foi chamado à porta de casa e, lá estava um homem que lhe apresentou um automóvel parado à frente de sua casa, oferecendo-lhe a chave: É seu. Vim lhe dar esse carro como presente e agradecimento. Peixotinho recusou no que que falou o homem: Peixotinho, dar-lhe esse automóvel é, para mim, como dar-lhe um sabonete. Peixotinho não aceitou falando: Mesmo que fosse um sabonete, não aceito, muito obrigado.
Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Allan Kardec, em todos os Grupos ou Centros por ele fundados. Dedicou-se ao tratamento de casos de obsessão, chegando mesmo a, por várias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios e sofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca no servir.
Desencarnou às seis horas da manhã do dia 16 de junho de 1966, em Campos, cercado pela família, deixando viúva e nove filhos. Desencarnou nos braços de sua querida "Baby" que exclamou após seu desencarne: Deixou sua gaiola.
Divaldo Pereira Franco narra, em uma de suas palestras, que Peixotinho sofrendo certa vez de úlcera gástrica, todas as medicações prescritas para esse tratamento agravavam os sintomas da asma, de que também padecia. Como misericórdia, o plano espiritual, através de seu mentor, revelou-lhe que lhe seria dado uma "anistia temporária" de sua asma, para assim ele poder tratar a úlcera. Narra Divaldo que assim que o médico anunciou a cura da úlcera, ele respondeu já em crise: gra-hum ças- hum a Deus! (voltara a asma).
De acordo com Divaldo essa asma do médium era fruto de uma reencarnação como corsário, em que ele matava as vítimas sufocando-as em pele molhada de animal ao sol, matando-as por asfixia.

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